Thursday, May 3, 2007

Mercado Ignorante: as lojas NÃO Especialistas - Parte 1

No seio de um mercado sempre em crescimento, aumentam também o número de estabelecimentos dedicados à compra e venda de Videojogos. Se há uns anos a venda dos mesmos era encarregue aos supermercados e aos clubes de vídeo, hoje em dia as lojas que vendem jogos abundam por toda a parte. GAME, Gamestation, Gamestop, Replay Zone, e as demais lojas que agora invadem o mercado português são, também, dos PIORES locais para se efectuar compras de jogos, exceptando certas e determinadas promoções. O serviço, produtos, atendimento e demais aspectos são comuns em todas as lojas. Praticamente não existem diferenças significativas, pelo que a avaliação e caracterização que faço destas lojas não irá incidir em particularidades de cada uma.

É preciso realçar que hoje em dia algumas situações que são aqui retratadas não ocorrem com a mesma frequência. Isto acontecia quando o mercado português de videojogos tinha mais lojas ao seu dispor, na altura em que inicialmente criei este blog. Certos comportamentos têm sido cada vez mais eliminados pelas lojas actuais. O mercado online tem vindo a substituir cada vez mais as lojas físicas.

1. Atendimento ao cliente
Médio, podendo por vezes ser bastante bom e outras vezes mau. Há empregados mal educados, que ocultam factos, ou que iludem o comprador com informação incorrecta ou inadequada seja pela sua intenção ou porque simplesmente desconhecem outros factos. Já assisti e passei por diversas situações.

2. Preços
Atenção a determinados artigos que se vendem nesta loja, sobretudo artigos recém-lançados! Isto porque há preços que, de facto se encontram ligeiramente inflaccionados face ao verdadeiro valor. No geral, os jogos são caros, mas o preço tende geralmente a ser igual em todos os lados, pois cada jogo tem um preço d evenda ao público recomendado. Mas nem todas as lojas respeitam estes valores, sobretudo se se tratarem de edições especiaisl Estas lojas não oferecem mais vantagens para compra de jogos que qualquer outro local, com a reduzida excepção do sistema de pontos que a maioria oferece, através da aquisição de um cartão que acumula contas por cada montande despendido na loja. Os pontos traduzem-se posteriormente em descontos na compra de novos artigos. Cada vez mais existem promoções, mas ainda há um descuido muito grande ao vendere-se artigos antigos a preços exagerados ou jogos usados mais caros do que os novos, usando argumentos supérfluos para justificar este facto, como por exemplo o código de barras ter um código diferente que o sistema interpreta com valores diferentes. É necessário perceber o lado de quem está na loja, mas é da responsabilidade da loja pretsar um bom serviço e evitar estas incongruências nos preços e pouco é feito nesse sentido. Não se pode ou não se deve explicar ao consumidor final os problemas da loja para justificar as diferenças de preços quando um jogo usado custa mais do que um novo.

3. Promoções
Algumas promoções valem a pena, mas é preciso ter atenção a alguns factores. Em primeiro lugar, nem todos os artigos que se dizem "em promoção" de facto o estão. Estas lojas parecem tirar proveito muitas vezes das descidas globais de preços, publicitando como se tratassem de promoções específicas quando no entanto o mesmo preço existe em todo o lado e por vezes mais barato noutras lojas. Convém ainda prestar atenção ao tipo de promoções. Muitos jogos que são vendidos mais baratos provêm de espanha, e como tal a caixa, manual e por vezes o jogo (sobretudo de Playstation 2) podem estar exclusivamente em espanhol. Por último há promoções de cêntimos, onde um jogo que custa por exemplo €29.99 passa a custar €29.89. São situações absurdas e propositadas que constituem quase uma ofensa ao cliente...

4. Jogos usados e oportunidades
A maioria destas lojas dispõe de serviços de retoma de jogos a troco de dinheiro ou de um artigo novo. Uma exigência que fazem, além da obrigatoriedade do jogo ter o selo do IGAC, é o jogo constar da base de dados da loja. As lojas conseguem vender os jogos usados por vezes mais caros que eles custam novos na mesma loja, por isso convém SEMPRE pesquisar pela diferença de preços entre o novo e o usado. As oportunidades de troca são sempre a favor da loja, e só devem ser aproveitadas quando não há mesmo interesse nenhum no que se entrega em troca do desconto, visto que de facto, não compensa. Os preços que pagam pelos jogos usados podem ser baixos ou bastante bons, mas vendem-nos a preços geralmente muito caros. A sua compra só compensa em artigos incomuns ou recém-lançados quando o seu estado de conservação e a diferença face ao preço de lançamento assim o justificam. Por exemplo, se o nosso objectivo for adquirir um artigo lançado à muito pouco tempo e exista um exemplar usado em estado muito semelhante ao novo, compensará certamente adquirir o artigo usado e poupar alguns euros. Mas no entanto, com o passar do tempo, surgem as descidas de preço e as promoções dos artigos novos e as lojas não actualizam o valor dos artigos usados.

5. Condições dos artigos
De facto é aqui que as lojas falham brutalmente. A maioria expõe a caixa original, já aberta, sem os conteúdos, à mão de qualquer pessoa e remove os discos para colocação em plásticos juntamente com o manual, armazenados em género de arquivo numa gaveta ou armazém. Enquanto têm cópias seladas, vendem as mesmas aos clientes. Quando acabam as cópias seladas vendem o artigo da caxa em exposição. O CD vem geralmente manipulado, alguns apresentam (ou podem apresentar) riscos ou dedadas, as caixas apresentam por vezes aspecto de manuseamento... por outras palavras, estão a adquirir um artigo que não é novo, e nem oferece garantia se já foi jogado ou devolvido de outro comprador, ao mesmo preço que comprariam noutra loja ainda selado.

Mais grave ainda é quando manuseiam as edições especiais e os artigos mais caros como se fosse lixo, como se a embalagem exterior não interessasse a ninguém. Preenchem-nas com etiquetas de preços, autocolantes, alarmes, fitas protectoras para evitar os furtos que danificam e deixam marcas na embalagem exterior e nºao se preocupam minimamente com o estaod dos artigos que estão a vender. É de uma terrível falta de sensibilidade e uma falta de respeito para os consumidores que pretendem adquirir um exemplar para efeitos de colecção. A explicação dada é sempre a mesma: não podem fazer nada, tem de ser assim. Acho impressionante que, com a evolução tecnológica que temos, que até a Marte nos permite ir, utilizem argumentos supérfluos para tentar justificar que não é possível conservar em loja um artigo de coleccionador...

6. Importação
Outro grave problema destas lojas, que foi brutalmente acentuado com as consolas portáteis e a recente liberalização do software (deixando de haver códigos de região) é a venda de versões americanas e mesmo chinesas ou japonesas cmo se de europeias se tratassem. Embora a maioria dos jogos sejam iguais, os jogos que importação são mais baratos no geral mas o consumidor acaba por pagar o mesmo por eles. Existem ainda determinados jogos que podem ser jogados através da internet, mas têm a região online bloqueada, que depende logicamente da região a que pertence o jogo. Quer isto dizer que se comprarem por acaso um jogo de versão Americana numa dessas lojas, podem não conseguir jogar com pessoas da europa ou de Portugal porque o jogo está preparado para só poder jogar com pessoas que tenham a versão Americana.
Como se isso não bastasse, a nova tendência é para ocultar a regão do jogo através de autocolantes publicitários sobre a caixa. A região de um jogo pode ser vista de duas formas: através da classificação da idade na capa do jogo ou do código de lombada. O autocolante costuma ocultar o sinal mais evidente da versão americana, asiática ou japonesa, tapando a classificação das idades. Passo a explicar com mais detalhe em breve.

Já passaram alguns anos desde que escrevi este ponto e posso confirmar que a tendência para a importação de jogos de outras regiões tem diminuido ao ponto de já praticamente não existir. A importação seria uma coisa muito boa se os títulos que chegassem a Portugal fossem exclusivos e estivessem claramente diferenciados dos artigos que não são de importação.

O Selo do IGAC nestes campos não serve para garantir que estão a adquirir um produto destinado pelo fabricante ao mercado português, já que os próprios artigos de importação também estão sujeitos à suia existência.

7. Conclusões
-Os preços não são melhores que nas outras lojas
-A condições dos artigos são piores que noutro tipo de lojas pelo facto de abrirem os jogos para colocarem na prateleira;
-Promoções duvidosas e enganadoras, salvo excepções;
-Preços de usados muito elevados;
-São pessoas mais formadas no assunto, mas no entanto podem e iludem os compradores em variadas situações

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